O Peso do Aluguel: Preço Sobe Mais que o Dobro da Inflação e Sufoca o Orçamento Doméstico
- apredial
- 19 de nov.
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O mais recente relatório FipeZap acende um alerta para as famílias brasileiras. Nos últimos 12 meses, o preço médio do aluguel residencial no país disparou em um ritmo muito superior à inflação oficial, apertando o bolso de milhões de locatários e gerando pressões significativas em capitais por todo o Brasil, incluindo as do Nordeste.

O Contraste dos Números: FipeZap vs. IPCA
Enquanto a inflação oficial do Brasil (medida pelo IPCA) tem mostrado sinais de desaceleração, o custo de moradia segue em trajetória ascendente e agressiva.
De acordo com o índice FipeZap, que monitora o mercado de aluguéis, a alta acumulada nos 12 meses encerrados em outubro de 2025 atingiu impressionantes 10,08%. Em contrapartida, a inflação medida pelo IPCA no mesmo período ficou em 4,68%.
Isso significa que o aluguel subiu mais que o dobro da inflação, corroendo o poder de compra e comprometendo uma fatia cada vez maior da renda das famílias. O cenário se repetiu na parcial do ano: de janeiro a outubro de 2025, o avanço médio no preço dos aluguéis foi de 8,06%, quase o triplo da alta de 3,73% registrada pelo IPCA.
Onde a Alta é Mais Sentida: A Pressão do Nordeste
O aumento não é homogêneo em todo o território nacional. Em 22 capitais monitoradas, os preços subiram, mas em algumas o impacto foi ainda mais devastador.
As maiores altas em 12 meses foram registradas no Nordeste e Norte do país, com destaque para: Aracaju (+21,57%), Teresina (+19,91%) e Belém (+17,51%).
Em termos de tipologia de imóveis, os apartamentos de um dormitório foram os que registraram a maior valorização no período, acumulando alta de +10,62%. Este dado sugere uma pressão crescente sobre o aluguel de unidades menores, muito procuradas por solteiros, casais sem filhos ou estudantes.
A Situação de Fortaleza
Ao analisar o preço médio do aluguel por metro quadrado, a capital cearense, Fortaleza, figura entre as 10 capitais com o metro quadrado mais caro do país. Em outubro de 2025, o preço médio na cidade foi de R$ 36,30/m², um valor que a coloca na 8ª posição do ranking.
Embora o Nordeste tenha sido palco das maiores valorizações percentuais (como Aracaju e Teresina), Fortaleza se mantém com um custo de locação superior a essas capitais, refletindo o peso do mercado imobiliário da capital do Ceará no cenário nacional.
As Capitais Mais Caras (R$/m²)
O preço médio do aluguel em outubro foi de R$ 50,32/m² no total, com as seguintes capitais liderando o ranking de preço por metro quadrado:
Capital | Preço Médio (m²) |
São Paulo (SP) | R$ 61,91 |
Belém (PA) | R$ 61,64 |
Recife (PE) | R$ 61,10 |
Florianópolis (SC) | R$ 59,68 |
Rio de Janeiro (RJ) | R$ 53,92 |
Brasília (DF) | R$ 50,01 |
Belo Horizonte (MG) | R$ 48,27 |
Fortaleza (CE) | R$ 36,30 |
Implicações para o Bolso e para o Investidor
O descolamento entre o reajuste do aluguel e a inflação geral pressiona diretamente os orçamentos domésticos, especialmente aqueles de menor renda, onde o custo da moradia representa uma fatia substancial das despesas.
Para os investidores, no entanto, a valorização contínua do aluguel pode sinalizar um mercado imobiliário aquecido no segmento de locação. Com a alta taxa Selic e o crédito imobiliário caro, a demanda por aluguel se mantém robusta, favorecendo o proprietário.
Enquanto o mercado financeiro tem diminuído o uso do IGP-M – o popular "inflação do aluguel" – em novos contratos, os dados do FipeZap mostram que a dinâmica de preços do setor imobiliário está superando até mesmo a inflação oficial, exigindo planejamento financeiro redobrado dos locatários, inclusive em mercados importantes como o cearense.
Fonte: https://borainvestir.b3.com.br/noticias



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